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CAIXA DE PÁSSAROS

  • SÓ MAIS UM CAPÍTULO
  • 12 de ago. de 2017
  • 4 min de leitura

Informações: Caixa de Pássaros é o romance de estreia de Josh Malerman, cantor e compositor da banda de rock High Strung.


Sinopse: Quatro anos depois de tudo ter começado, restaram poucos sobreviventes, incluindo Malorie e seus dois filhos pequenos. Morando numa casa abandonada próxima ao rio, ela sonha há tempos em fugir para um local onde sua família possa ficar em segurança. Mas a jornada que têm pela frente será assustadora: 32 quilômetros rio abaixo em um barco a remo, vendados, contando apenas com a inteligência de Malorie e os ouvidos treinados das crianças. Uma decisão errada e eles morrem. E ainda há alguma coisa os seguindo. Será que é um homem, um animal ou uma criatura desconhecida?


Resenha: O livro começa com o caos. A mídia explodiu com informações do chamado "Relatório Rússia". Segundo essas informações, as pessoas estavam cometendo atos terríveis sem nenhuma explicação e logo em seguida se suicidavam. Todas elas sempre viam alguma coisa antes de se voltarem contra os outros e contra si mesmas, mas quem, ou melhor, o quê?

Enquanto isso tudo se passava na Rússia, a maioria das pessoas não levavam tão a sério. Porém quando ocorreu o primeiro caso no Alasca as coisas mudaram -típico. Elas se tornaram cada vez mais paranoicas, tampando as janelas das casas com cobertores, além de andarem com as mãos cobrindo os olhos. Apesar dessa situação caótica, Malorie não deu tanta importância até sentir na pele como era perder alguém para qualquer que fosse a coisa que estava matando por aí.

Sozinha e grávida, ela precisou dirigir até o local seguro anunciado no jornal -Riverbridge. Esse foi o primeiro desafio que teve de enfrentar. Nessa casa se encontram Tom, Don, Cheryl, Felix, Jules e seu cachorro Victor. George, o dono da casa, não se encontra mais ali e posso dizer que a sua história é tenebrosa -digamos que não a foi a melhor das ideias filmar o lado de fora da casa (onde as "criaturas" estavam) e assistir depois.

Todos ali têm uma passado, já perderam alguém ou coisas do tipo, mas penso que a história mais triste é a de Tom e sua filha. Ainda que tenha perdido tanto, Tom é a figura positiva da casa; sempre tentando, sempre procurando meios de mante-los vivos e de entender o que realmente está acontecendo com o mundo - a todo momento ele tem ideias e se mostra como um verdadeiro e justo líder.

Don é um homem irritante, egoísta e pessimista. Vive discordando das ideias de Tom e futuramente fará uma amizade muito, muto ruim: Gary. Esse eu não gostei desde o momento em que cruzou a porta; falso e manipulador, ele conquistou a confiança de Don rapidamente e a desconfiança de Malorie também. Não era pra menos -o homem é totalmente maluco! Ele acredita que é imune às criaturas e que as mesmas não existem ou se existem, não podem lhes fazer mal algum. Já da pra perceber que isso não vai prestar, certo? Certíssimo.

Os outros habitantes da casa, incluindo Olympia (que veio morar com eles tempos depois), eram completamente pacíficos e a coexistência funcionava muito bem, principalmente com Tom no comando. MAS... o BENDITO do Gary tinha que aparecer. Com tantas mortes, com tanto caos, não sei como alguém consegue pensar que é tudo coisa da cabeça das pessoas. Que a insanidade existe porque elas decidem que há algo a temer. Engraçado (de uma forma sombria) é que quando chega na hora H, nem mesmo ele tem coragem de olhar para as criaturas. Imune, sei...

Malorie treina os filhos para que aperfeiçoem não a visão mas principalmente a audição. "Escutem" -é o que ela mais fala. Garoto e Menina (sim, eles não têm nomes), tem a capacidade de ouvir um suspiro do outro da casa e eles seguem as ordens da mãe sem questionar. Depois de quatro anos treinando-os muito bem, a mãe decide que chegou a hora de subir o rio. Os três vendados, os três atentos aos mínimos ruídos... mas o que espreita do lado de fora? EU QUERIA SABER! A única coisa que me decepcionou um pouco no livro foi isso: em momento algum as "criaturas" são descritas. Alguns pensam que elas são como o infinito, impossível para o ser humano compreender.

Durante essa travessia, Malorie e seus filhos são atacados por lobos, abordados por um homem muito estranho em outro barco, e sentem a presença das criaturas por toda parte. Tente se colocar no lugar dos personagens: sem poder ver, apenas ouvir -um olhar pode ser fatal.


A história vai se intercalando entre passado e presente, o que geralmente não me agrada, mas desta vez funcionou perfeitamente. Cada capítulo te deixa mais ansioso e nervoso do que o outro, as emoções e ações dos personagens condizem com a sua situação desesperadora, nada é forçado. Em suma, é um livro fácil de ler e completamente instigante. Fiquei furiosa, ansiosa, esperançosa e chorei horrores mesmo já tendo ideia do que aconteceria desde o começo. Os últimos capítulos do livro tiraram o meu fôlego, tamanha a crueldade e intensidade das cenas. Um thriller magnífico e bem construído, que mexe com o consciente e o inconsciente do leitor.


Nota: 4,5








 
 
 

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